quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Escola com vista para o mar...

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Pois, estão impossíveis, este ano... piores que no ano anterior! - dizemos, nós... professores de uma turma de 12º ano de Desporto... [mais velhos... mais infantis... mais desatentos... Mais<=>Menos!]
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Ontem, quis ouvir algumas das razões [outras... eles e elas não falam. Apenas se adivinham. O mesmo acontece com os professores... que as discutem entre pares...].
Com as obras na escola, não foram as árvores e o jardim que desapareceram, somente.
No seu lugar, existe um lamaçal de estruturas de ferros e de betão, que aguardam o sítio certo na futura reconstrução.
Este ano, não apetece levantar para vir para a Escola!... [dizem... dizemos...].
Esta Escola, sempre tão bem equipada para alunos de Desporto, não consegue assegurar a prática de todas as modalidades... nem através do protocolo com o pavilhão municipal.
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A professora lembra-se? Lembra-se de ir assistir aos nossos jogos, organizados por nós? E das fotografias que nos tirava?
Lembro. Claro que lembro. Pensava que isso lhes fosse mais ou menos indiferente... [embora tenha assistido a muitos jogos... e a outros tantos assitiria, apesar da papelada imensa e em vez dela!].
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Apetecia tirar estes alunos de uma Escola, com vista para o mar... mar que é raro vermos!
Gostava de os acompanhar a sítios onde pudessem fazer trabalho no terreno... É certo que irão fazer estágio em instituições... É certo que já fizeram trabalhos, para outras disciplinas, referenciando as fontes e as fotocópias de Psicologia A... [Afinal, é para isso que está no currículo destes cursos! e de todas as turmas, foi esta, não outra, que soube aproveitar a transversalidade das matérias e das disciplinas.]
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Era urgente tirá-los da Escola e procurar outros cenários para ensinar e aprender. Mas não tenho só esta turma, de 12º ano, que nunca irá conhecer uma Escola renovada.
Entretanto, vou pensar como fazer... neste ano de final de um ciclo de estudos que, para uma grande parte, é a despedida da vida de estudante e da Escola!...
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[De momento, até eu, não sinto vontade de andar pelos corredores estruncados e apertados, de uma Escola, onde o ruído das obras, os espaços vazios de jardins passados e pinheiros mansos... me fazem falta. Estas obras parecem a metáfora triste dos dias que correm...]
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Flores de papel...

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Cada vez trabalho mais com o PC.
Cada vez preciso mais dele [embora o ache cada vez mais lento...].
Apesar disso, com extensões de memória artificial e com discos externos para guardar e guardar... a impressora não pára de chamar folhas de papel e tinteiros!...
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Descubro novas formas digitais para enviar materiais e recursos aos meus alunos. Gasto algumas horas, por semana, a actualizar contas partilhadas ou o Moodle da Escola.
Apesar disso, as cópias e fotocópias são uma rotina inevitável!
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Qualquer dia começo a fazer flores de papel!
Em vez das cópias e fotocópias [porque não existem manuais para uma disciplina, que existe...], do meu regaço sairão flores brancas, salpicadas de letras e palavras... de papel.
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[Tenho os olhos cansados...]
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.Foto de rosa de papel, in 7650fotoblog.weblog.com.pt

sábado, 15 de novembro de 2008

Das pontes... e dos caudais intransponíveis

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Acordei cedo, para trabalhar. [As rosas mantêm-se vivas e prometem sobreviver mais uns dias]
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Entretanto, numa sala cheia de colegas "à beira de um ataque de nervos", tentei pôr em dia as faltas e justificações dos meus alunos, esquecidas desde princípios de Outubro, pela professora que me foi substituindo. Percebi porque razão esse trabalho estava tão atrasado. Os PCs estão instalados em sala provisória e amontoam-se colegas à nossa volta, por falta de espaço. Os ditos PCs, cheios de vírus e com demasiados utilizadores, ao mesmo tempo, abrem os programas [das Direcções de Turma e das Actas] e "cracham" passado poucos minutos. Há que reiniciar. Perdem-se dados. Volta-se atrás. Ouvem-se desabafos, ao lado. Distraímo-nos. Rectificamos.
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Quando cheguei a casa e estacionei o carro, na RFM, ouvia a música do genérico do Oceano Pacífico...
Percebo a imensa indisposição dos meus colegas. Perdem-se horas com estes incidentes... e não consegui imprimir um mapa actualizado. De repente, acabou. Os PCs mandaram-nos para casa!...
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Mais por ter regressado agora, do que por convicção, não sinto o stress da avaliação. Não estive presente nos momentos iniciais dos impasses. [A minha escola é mais uma das que interrompeu o processo e se recusa a continuar, nestes moldes]
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Os alunos queixam-se de que os professores estão mais intolerantes e que "fervem em pouca água". Não observam o que se passa nos bastidores. Não sabem a razão de tal mudança. Mas que a sentem... sentem!
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O lugar das pontes entre professores e alunos, é um caudal intransponível, de momento. Parece que, de nada valeu a intenção do ano anterior, de construirmos renovadas pontes, sempre que necessário.
Os alunos da minha Direcção de Turma parecem órfãos... e os outros, talvez menos... mas, também.
Não há tempo!... Eu que pensava que era um problema só meu. Este ano lectivo, é generalizado.
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[Mais que habituada a sentir no tempo um inimigo... pareço ser, por enquanto, a única que olha para ele sem o temer!... E... as pontes prometidas fazem-nos falta, a todos.]
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.foto de Rui Ramos in Olhares.com

terça-feira, 11 de novembro de 2008

"Rosas para mim"...



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Depois de uma longa ausência [coisa que nunca tinha acontecido...], voltei à escola e aos meus alunos.
Desde o 10º ano, que acompanho a turma do Curso Tecnológico de Desporto, como professora de filosofia e directora de turma [... que já me fez assistir a uma lista infindável de jogos de todas as modalidades possíveis e imagináveis...].
Hoje era a primeira aula, depois da festa de ontem, nos corredores de uma escola cada vez mais apertada, com as obras...
Apareceram-me com este ramo de rosas vermelhas! e, num abrir e fechar de olhos, juntaram duas mesas e fizeram aparecer um lanche divinal!... [mais o bolo de chocolate da mãe da Cátia!]
Também eu tinha saudades... e preocupavam-me os telefonemas, a saber se estava melhor, a perguntar quando voltava...
Ninguém tinha máquina fotográfica, para fazer o registo deste regresso que cheguei a pensar ser impossível. [... Os telemóveis estão interditos... como é sabido!]
Por isso, cheguei a casa e fotografei as "Rosas para mim"... Coloquei as fotos, tiradas de vários ângulos, na página do Moodle, no item "Momentos para não esquecer!", onde outras se hão-de juntar, como no ano lectivo passado...
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[É bom regressar, também, para os afectos... e sentir, novamente, vontade de (vos) contar!]
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Assim me sou [...]

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É um sol de Inverno, ainda que tímido [...
Discreto [...
Difuso [...
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[Cautelosamente, como quem acorda, assim me sou. ]
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.Foto de Jonnhy Blue in Olhares.com, sol de inverno