domingo, 10 de junho de 2007

Superfície ou Fundo - Cara ou Coroa?




É que nem a moeda tem dois lados, não é?
É uma espécie de cilindro achatado, uma rodela de metais (que nem valem o que ela diz valerem), antes fosse um chocolate disfarçado, daqueles que comia na infância.
A ideia de superfície parece ser uma abstracção, apesar de dar muito jeito aos geómetras e afins. Mas no fundo, baralha imenso o senso comum.
Introduz inúmeros equívocos no pensamento e no discurso. Põe à prova a paciência de muitos humanos, em variadas situações do quotidiano, nomeadamente, naquelas que implicam coexistência, colaboração e outras palavras com idêntica regra de formação gramatical.
Não nego, de forma assertiva, a sua existência, pois acho que sim... que devem existir montanhas de verdades, já que tantos as reclamam, universais e para si.
Lembro-me do que diziam da minha avó, quando comentavam as célebres aparições do meu trisavô, depois de morto e enterrado. Contava-se o barulho opaco da bengala do velho H.V. pelas ruas escuras da noite rural.
Diziam que ela respondia, acusando-a de descrença e cinismo, que era uma pena que tais aparições sonoras acontecessem com tantos, menos com ela... pois tinha assuntos importantes para conversar com ele e tantos conselhos para lhe pedir. Seria boa ideia plantar milho naquela parcela, ou na outra, da propriedade mais acima?
Pois eu, quanto a verdades, estou um bocado como diziam da minha avó - nunca me cruzei com nenhuma. Ao contrário da minha avó, não tenho grandes planos para o caso de que tal venha a

acontecer.