segunda-feira, 30 de junho de 2008

Interregno...

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Não vou de férias, muito menos, para me banhar nestas águas.
Esta praia não terá bandeira azul, com toda a certeza!...
A espuma lembra farrapos brancos... quase sólidos.
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Vou estar a trabalhar demasiadas horas por dia. Talvez não tenha coragem de chegar à noite e fazer outra coisa, a não ser, descansar. Será, pois, um até breve.
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[Não sei como ainda se sentia o cheiro a maresia... talvez trazido de algum vento de oeste?]
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sábado, 28 de junho de 2008

Devaneios de Verão...


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Calor!... Finalmente.
Agora, procura-se a sombra, para refrescar o corpo…
Ontem, pela primeira vez, em vários meses, passei o dia no Porto, a andar de um lado para o outro, enfiada no carro, durante os percursos.
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O calor, nas cidades de asfalto, não brinca com as brisas do mar, com as nortadas constantes, a que estou habituada.
Tolda a mente, amolece, salga o resto do corpo, onde toda a roupa é quente. Finalmente, apetece a água, a sombra… [por ente raios de luz branca…branca!]
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Segunda-feira, voltarei ao lugar onde o mar se anuncia no horizonte, em todos os dias soalheiros. Voltarei ao lugar onde a manhã, quase sempre, é enevoada e fresca…
Por hoje, é o asfalto, se decidir sair.
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Alguém começa a pensar em destinos para férias, mas com pouco afinco. Alguém começa a ter decidir por mim, que eu não tenho vontade de pensar em deslocações e malas para fazer e desfazer. [Alguém terá que me levar e vamos!].
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E apetecia-me um lugar, assim, onde a frescura da natureza campestre se anuncia, para lá de uma porta entreaberta ao desconhecido total e inesperado. Um lugar fora do tempo, onde este pudesse parar para me deixar pensar, ou não pensar, onde acordasse quando os olhos se abrissem de apetite, pela primeira refeição do dia [em vez de me doerem do cansaço da véspera, onde a vontade de comer é um ritual de mera sobrevivência…].
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Entretanto, vou arrumando etapas [daquelas que, para o ano, há mais!].
Entretanto, ainda tenho assuntos por acabar e os olhos vão ter que se cansar… um pouco mais, mais um pouco, ainda mais um pouco…
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[E fica adiada a visão desta porta entreaberta ao sonho de mais um Verão, que espero não estragar com a ressaca do ano, que também foi um encontro com o desconhecido e com o inesperado, cansativo de peripécias, algumas, bem dispensáveis.]
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Foto de mariah em www.olhares.com
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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Outros rumos e outras direcções...



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Lá falhou uma quarta-feira!...
De todo, impossível preparar um post. O dia começou às 06:30 da manhã e regressei a casa já passava das 21.30. Sendo assim: quarta-feira adiada…
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Podia ter sido muito pior… Não foi. Fez-se o que havia para fazer e acabou-se [esse capítulo, da saga que continua], durante o dia de hoje. Para a semana há mais!... Os calendários andam todos trocados e já não obedecem a qualquer ritmo pré-estabelecido.
Procuro o eixo norte-sul todos os dias, virada a oeste, com o mar longínquo como horizonte proibido [aproveito para o vislumbrar, no fundo da avenida, quando venho fumar um cigarro, fora da Escola, porque o sol o desvenda…].
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Não há tempo para pensar em certezas. É o tempo de arrumar o ano [escolar, diga-se…] e adiantar o próximo.
Antes de pensar em férias, ainda se anuncia muita tarefa. O trabalho lembra uma linha de montagem, em que não dá para atrasar ninguém!...
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[Por isso, nem me lembrei de quartas-feiras, nem presentes, nem passadas, nem futuras…]


Foto de 24 de Junho, pormenor do pavimento do paredão da praia do Molhe
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terça-feira, 24 de junho de 2008

Gaivotas no mar...



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Praia quase deserta,
finalmente,
à mercê das gaivotas.
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[Cheiros fortes de maresia e algas, quase esquecidos, quase passados, quase perdidos... Naquela hora, haveria gaivotas em terra?...]
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Foto da beira-mar, maré vaza em dia de S. João
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Abraçar...



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Andar a pé e abraçar as árvores!...
Hoje, acabámos com o esquecimento.
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Foi dia dos sentidos e das conversas,
enquanto o sol aquecia,
amenamente.
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[Não me lembro, de quando comecei a esquecer-me do afago do sol e dos aromas das árvores, à beira-mar...]
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Avenida Brasil quase deserta no dia de S. João, Fotos de 24 de Junho de 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mãos de água fresca...

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Todos os dias, chego a casa, com a triste sensação de que trago as mãos cheias de nada.
Se tirar o peso das pastas, dos quilos de papel e diversos, é como entro, por aquela porta.
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Sem me consultarem, talvez para me cativarem, fui convidada a pertencer a um grupo de trabalho, para criarmos soluções inovadoras para a gestão de conflitos na Escola, com formação adequada, a começar em Setembro. Não é que não queira... até me sinto cativada. Nem fiquei aborrecida, por não ter sido consultada. [quem sabe, conhecem-me melhor do que eu, para perceberem que diria que sim... porque disse que sim! desta vez, não pela aceitação tácita da distribuição de serviço, que não é da minha competência, obviamente, mas porque quero!]
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Assim, quem sabe, possa chegar a casa com as mãos cheias da frescura de uma bola de água, em vez de chegar com as mãos cheias de nada.
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Nem pensei muito, nem gastei o tempo a pensar. Depois, sorri [para dentro...], porque a agenda começa a encher-se, a priori, para o próximo ano lectivo!... [e... de como tenho este quasi karma, para arranjar sempre mais trabalho, quando ainda nem gozei o descanso devido...].
Por isso, vou tratar de imprimir uma nova agenda, feita à medida dos meus muito mais compromissos! Resta-me a esperança, ou a expectativa, de me encontrar mais sábia, pela experiência deste ano, que decorre, ainda.
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Não posso deixar de ponderar que, apesar das madrugadas obrigatórias, com o toque de alvorada do despertador que me persegue, se calhar, valeu a pena... se calhar, aprendi tanta coisa, que nem dei conta da imensidão de tanta aprendizagem.
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E, como o que se aprende de novo não ocupa lugar, antes cria outros lugares para se aprender ainda mais [como insisto em dizer aos meus alunos], devo ter aprendido algo importante com cada um deles, certamente...
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Agora, que começo a reunir os elementos para a renovação das matrículas, da minha Direcção de Turma, olho para as novas fotografias e penso: como mudaram num ano!... como estão menos crianças e mais crescidos!... como me apercebo desse amadurecimento, mais do que os próprios pais e mães, que dizem não notar!... como se tornaram Outros bem significativos, no meu quotidiano...
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A turma vai manter-se a mesma, praticamente. Vou dar continuidade a todas as outras, também. Vou ter saudades dos colegas contratados, que vão sair para outras escolas e dos mais velhos, que já pediram a reforma... antecipada.
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[E sei que vou ouvir que me esforço demais... e por aí... E sei que vou ter momentos em que vou dar razão a quem o diz... E sei que não vai deixar de ser assim, mas vou ficar...]
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de autor desconhecido, Foto que me veio parar em casa

sábado, 21 de junho de 2008

Imagens de imagens de imagens...

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Foto da noite de dia 13 de Junho

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dos espelhos, da imagem e do(s) duplo(s)

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Estou sozinha em casa, durante todo o fim-de-semana. Podia ter pedido para me trocarem o serviço de vigilâncias e, talvez, tivesse conseguido. A esta hora estaria em S. Martinho do Porto [e seriam dois dias diferentes...].
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Acontece que, todos têm imenso trabalho e não tive coragem de pedir para me alterarem o calendário. Depois, também tenho muito com que me ocupar, neste sábado e neste domingo, para que a próxima semana e a outra [que ainda há-de vir] possam correr o melhor possível.
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Uma, das muitas tarefas, tem a ver com uma pequena monografia sobre a importância da imagem para... para acabar um relatório de uma acção de formação, nada bem sucedida e muito cansativa, onde as questões da imagem se colocam.
No entanto, nunca deixa de ser um pretexto para investigar [já que as aulas e os objectivos mínimos, a que os alunos obrigam, estimulam muito pouco a escrita e a leitura do menos óbvio].
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Este estado ocasional de solidão forçada [que, sendo noutro lugar e por vontade própria teria outro sabor...], fez-me pensar na imagem como a possibilidade de reflectir sobre o conceito do duplo e dos outros eus. Daí, esta imagem especular... daí, a superfície que permite o reflexo... daí, a imagem da imagem.
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Sempre me fascinou fotografar máquinas de filmar, filmar máquinas de fotografar...
Mas, nunca a imagem [fotográfica, ou fílmica] se me ofereceu ao olhar com a ingenuidade que parece prometer [e que, inicialmente, quer na fotografia, quer no cinema, se anunciava como tal, mas, por pouco tempo...].
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Antes de tudo isso, já sonhávamos!... E não são lineares e fáceis, os sonhos, para quem deles se recorda, porque acorda [e, muitas vezes, os escreveu, quais curtas metragens!...].
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[Esta noite, é um augúrio de sonhos de sonos interpolados e duplos de mim e de outros. Espero acordar e guardá-los, no pequeno gravador que me ofereceram, quando eu e o tempo começámos a ter uma má relação. Não lhe chamaria de amor e ódio. Embora precise muito dele, não consigo amá-lo o suficiente para o odiar. Acho que nunca conseguirei... problema meu, não do tempo!]
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Foto retirada de PowerPoint - Mirror

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Passagem para Quarta-feira de Lua Cheia

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Se estes fossem os meus pés, eu era bailarina...
Se fossem meus, eu teria sido bailarina... que não fui.
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Talvez não devêssemos trair os nossos sonhos de infância. Sobretudo, quando eles pareciam ter uma determinação quase adulta.
[E, afinal, nem nunca quis ser bailarina!]
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Quis ser outros eus, que não fui.
Nem serei.
Passou o tempo, enquanto passa mais uma Lua Cheia... e mais uma efeméride.
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[Desta vez, a modesta efeméride é minha...]
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Foto de mariah em www.olhares.com

domingo, 15 de junho de 2008

Um sábado bem diferente...



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Esta é a Rua de Miguel Bombarda, em dia de inaugurações das obras dos artistas, porta sim, porta não, na zona demarcada das Galerias de Arte, no Porto.
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A animação esteve óptima e a banda toca cada vez melhor...
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Passei quase toda a tarde em volta da obra de um artista [porque sim!...].
Mas, ainda deu tempo para passearmos um pouco, pela rua e por outras obras, de outros artistas... Ainda tivemos algum tempo para [re]encontros inesperados e outros esperados, não sem alguma ansiedade, pela minha parte.
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No post de ALuaFlutua está a obra do autor. No meu, fica um breve registo do fim da tarde... enquanto passeávamos e matávamos saudades.
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A Tinta_Azul comentou como é bom viver em cidades, assim, animadas!...
Pôs-me a pensar nos meus fins-de-semana, fechada em casa [nos últimos, bem sozinha... por causa desta exposição, vendo bem!].
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De facto, gozamos, tão pouco, o facto de vivermos nesta cidade [por trabalharmos tanto e tantas horas, dentro de portas!... E eu? que ainda vivo o dia soalheiro noutra cidade, onde a animação começa, quando me venho embora?]!...
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Dá que pensar!...
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Rua de Miguel Bombarda em dias de inauguração das obras dos artistas nas galerias

sábado, 14 de junho de 2008

Risco[S]

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Não me apetece escrever.
Quando muito... riscar
[com traços de água...].
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de Nienna, Foto retirada de www.olhares.com

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sonhos de sonos incompletos...


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Sonhei com uma praia assim...
Acresce que, passei a noite a acordar. Os sonos já não são seguidos [mas, interpolados...].
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Acordo cansada e com a sensação de que o despertador se esqueceu de tocar. E não. Funciona bem melhor do que a dona, pelos vistos.
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Aguardo o Verão.
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Aguardo.
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[Estou conformada. Não estou (con)vencida, embora pareça.]
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de Mariah, Foto de www.olhares.com

terça-feira, 10 de junho de 2008

Do esquecimento...



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Mais um feriado a trabalhar…
Desta vez, completamente sozinha e, como de costume, sentada.
Vou ganhar raízes nesta nova cadeira [que, sendo muito mais confortável, é sempre uma cadeira, que me obriga a estar parada, na mesma posição - trípede…].
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Bem que me apeteceu sair. Preparava-me para o fazer, quando veio a trovoada. Sendo assim, fiquei.
Recusei-me a ver as comemorações do 10 de Junho. Recusei-me a ver noticiários, ponto final.
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Nunca acabo de fazer tudo o que preciso [já é um hábito], por isso, ataco o que é mais urgente e inadiável.
Estarei a secar, por dentro e por fora? É que, começo a achar tão banal, este ficar por casa a trabalhar, sem sair, sem arejar, sem ver ninguém!... Começo a parecer-me com estas raízes, quase intemporais… [mas imóveis!].
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Precisava do viço de uma rosa vermelha com pérolas de orvalho…
Nem é que goste, particularmente, de rosas… não é [prefiro as margaridas de olho verde].
Mas, de repente, lembrei-me do perfume das rosas, de há muitos anos atrás.
Fez-me falta, tal como me faz falta sair, sentir no rosto a brisa do mar, sentir o vento a passar entre a folhagem das árvores verdes [verdes], com aquele ruído mágico do vento que passa [do tempo a passar, também, sem ter que olhar para o relógio…].
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[Aqui em casa, esquecemo-nos do perfume das rosas e do cheiro da maresia. Não sei de qual deles me esqueci mais!...]
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Foto 1 de um ar de, foto 2 de www.olhares.com de Alberto Viana d' Almeida

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Com esta onda, me despeço de mais um Domingo...

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[Esta era a ONDA, que me lembrava de ter visto, algures...]
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Onda que me faz falta!
... A que assusta.
... A que arrebata.
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... Suspensão.
... Movimento.
... Vertigem.
... Escuridão.
... Vórtice.
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[... espiral...]
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de autoria desconhecida, Foto que me veio parar em casa

sábado, 7 de junho de 2008

Vagas e um farol, para um sábado de reclusão...



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Venham ondas, venham, para limpar esta sensação de cansaço!...
Que um farol indique o caminho a não seguir... se é que não me enredei por recifes que devia ter evitado!...
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[Olhei para a minha agenda, só para a próxima semana... e assustei-me.]
Está sol no meu relvado. Parece, até, que vai estar calor. Mas, não o irei sentir.
Contento-me em pensar na urgência de um farol e de uma vaga adstringente e asséptica, para o meu fim-de-semana.
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.Conseguisse, eu, cumprir a agenda e sentir-me-ia mais tranquila. Isso, me bastaria, para já.
Dias complicados se avizinham. Porque é difícil coordenar pessoas e gerir interesses outros. Ao contrário do que, toda a minha vida me disseram [tentando convencer-me...], cada vez acho que tenho menos jeito para isso. Cada vez me canso mais e me sinto com menos força para ser timoneiro de embarcações, que não reconheço como minhas...
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[Mas, parece que há que navegar, mesmo assim. Mesmo assim...]
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1 de Hugo Amador 2 de Rita Teixeira, Fotos de www.olhares.com

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Verde-árvore para quarta-feira...




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.Antes de recomeçar a trabalhar, como tem sido costume nas minhas quartas-feiras dos últimos meses e para ganhar a coragem que escasseia, mais uma vez aqui está, a árvore de Natal e da Páscoa e do futuro Solstício [indiferente às heras, que a invadem, indiferente a tudo, a todos e a mim, que pareço ser a única a admirá-la no seu renovado esplendor, que se revela com esta força que invejo].
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Inspiradora do que não tenho, com uma serenidade que atravessa o tempo, de forma perdulária, esta árvore interpela-me, sempre que por ela passo. E não passo.
Para a ver, tenho que desviar-me das minhas trajectórias habituais. Sou eu quem a procura, realmente.
E nunca me sinto defraudada quando a contemplo… [O mesmo não poderei dizer dos outros passos, em volta dos meus muito trabalhos e muitas canseiras.]
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Talvez, quem sabe, um destes dias, em vez de roubar uma foto, rapidamente, para a admirar em casa, possa sentar-me, com tempo, num dos bancos do jardim interior e permitir-me olhar para ela, apenas.
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[Entretanto, contento-me com estes simulacros e contemplo-os através de um ponto de vista, com a lembrança do olfacto, dos cambiantes de luz, dos ruídos abafados em volta… e fico por aqui, a trabalhar, mais uma quarta-feira, que promete ser longa!]
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Foto de uma árvore especial, nos primeiros dias de Junho