sábado, 28 de fevereiro de 2009

De todas as palavras...

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De todas as palavras
[debaixo da língua]
em todos as bocas
de voragem feitas

soletro o indizível
entre forma e fundo
[frente ao espelho]

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Lembro o fim
de todas as palavras
pinceladas
em todos os sons
de todos os tons
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[debaixo da língua...]
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.Foto de Luís Pádua Gonçalves, in olhares.com

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Da cor selvagem...

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Como sei
sem a ver
essa cor selvagem!
Rosmaninhal
Rosmaninhar
Rosmaninho
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Houve dias
tantas horas
de cor selvagem!
Agora, da brisa
tenho a memória
de como sei
sem a ver
essa cor selvagem...
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[Rosmaninhar... sem saber a quem contar!... ]

.in olhares.com, rosmaninho de morgan de toi
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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nem sempre morrem de pé...

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Esta árvore não morreu de pé.
Arrancaram-na do chão, quando eu nem vi.
Um dia, olhei para o jardim interior e tudo era outra coisa: lodaçal de chuva de Inverno, cimento, areia e entulho.
Ninguém se lembrará mais daquele jardim e desta árvore, que tinha o dom de tudo celebrar.
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[Ando assim, como tudo o que era e se transformou noutra coisa, informe e irrelevante. Recordo os tons de verde. Até à Primavera. Até ao Verão. Quando chegarem, de outra maneira...]
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