domingo, 29 de julho de 2007

Saudades de um baloiço verde e do meu avô...

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Quero o baloiço
da latada verde escura.
Vou esquecer
que o cimento a invadiu
o baloiço enferrujou
e que os meus olhos
estão cada vez
mais pequenos.

No tempo do baloiço
as uvas verdes
eram doces
os vasos eram maiores
os patins voavam
o avô mandava mais
e eu cabia no baloiço!

Agora, o avô dura
nas tardes doentes,
deitado em sofás
de plástico…
Já não diz nada.
As fotos coloridas
não existem
ou estão cinzentas.


04.Jan.1980
[Do verde, só as palavras têm a cor da memória: de um baloiço, dos pinheiros da infância e da saudade de um avô, que perdi…]

1 comentário:

  1. É bom ter boas memórias dos avós. É bom, apesar de ser triste também.
    E eu que nem sequer conheci o meu avô paterno, como posso ter, também, saudades dele?

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