sexta-feira, 26 de junho de 2009

Escadas de tília...

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Agora, deslocando-se ao sabor da brisa citadina, as folhas de tília vestem o chão, a meus pés.
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A árvore de tília, de que me lembro, tinha uma copa escondida, para lá da latada de uvas brancas, num jardim suspenso, como suspensa ficou, para sempre, a minha infância.
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Quando o baloiço subia, elevava-se o corpo, transcendia-se a coragem e a ousadia... Então, em breves eternidades, a cabeça rompia os limites do jardim [e do visível]...
Com os olhos abertos, para os contornos da luz quente do fim do estio, a copa redonda e imensa revelava-se [triunfal!], na divisão dos mundos!...
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[Saudades de jardins suspensos da babilónica infância... da sentida ascese ao mundo das crianças, enquanto o avô, a madrinha e os pais, descansavam em cadeiras de lona, reclinadas, em trocas de palavras mansas.]
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7 comentários:

  1. Palavras cinzeladas com aprumo, ainda que sejam dum passado que perdura. A elegância no tom e no vocábulo, lhe dão notoriedade a este escrito. Curioso! o mesmo que transcende ao ouvir-te, ao ver-te.

    Gostei, e muito!

    Abraço-te emocionado

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  2. tu sempre tao saudosa de coisas boas:))))).

    quase senti o cheiro desses tempo de cadeiras de lona, avô madrinha e pais :))))

    outro dia dei comigo a juntar as folhas de tilia no largo da maternidade

    bonita e perfumada a lembrança.


    bjº-T

    ps: em tondela um homem idoso dizia ter uma tilieira no largo da aldeia:.)nunca mais me esqueci da palavra:))))).

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  3. Sempre brilhante. Dá mesmo gosto ler-te. E sim, saí do Porto. Vim de acompanhante pela priemira vez na minha vida ehehe Mas acho que fiz bem. Há mar e sol e relva e... sabe bem.

    beijinhs linda um ar de

    :))))

    Mdosol

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  4. era assim per

    correr

    as tardes

    entre ser

    entre laçar

    curtos-instantes de

    etern idade s

    era assim

    como

    cabelos

    que se soltam

    da cabeça

    a baloiçar

    no baixio

    red o ndo

    das arcadas,





    beijo-de-coisas-miúdas
    [ essenciais




    ~

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  5. tílias jardins

    tílias

    corpos de flor

    onde

    t a n t o

    aprender

    ] onde tanto

    também

    amar e

    morrer,





    *

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  6. vertigens que perduram. sempre...
    prazer enorme. ler-te

    beijo

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