segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Da [in] diferença...



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A ideia de ontem…
… retomada hoje… já não é a mesma.
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Ontem, não fora o cansaço, que não me deixa sorrir [porque, de momento, não há motivos para tal], teria escrito sobre a metáfora dos meus sinais – a minha falta de ambição...
Porque, aquilo que sempre me fez falta… o que me é caro… não me parece que dinheiro algum pudesse comprar [apesar de não deixar de ouvir todas as vozes dissonantes].
Talvez, por isso, largar os meus haveres por uma vida boa [no seu sentido mais kantiano], não me custasse nada. [Mas, como parece implausível um tal sentido, hoje, no equinócio do Outono de 2008...]
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Hoje, a ideia de ontem [que já não sendo a mesma]
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Crescem plantas pequenas, por entre as pedras.
E há sinais, que não são meus, colorindo o empedrado fino.
Resistiram à chuva da véspera, emoldurados em laje ancestral. Não me são indiferentes.
Por outras palavras, ou com outras palavras…
... há muito poucas coisas que me são indiferentes.
... quase nada me é indiferente.
talvez, tudo o que desconheço [e que imagino imensamente extenso] me possa ser indiferente... e, mesmo assim...
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Se gostava de ser diferente? Talvez isso me fizesse sorrir com mais frequência e pensar de forma, unilateralmente, positiva… [In]Diferente?
Acho que não [apesar de não deixar de ouvir todas as vozes dissonantes, porque não me são indiferentes].
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[A minha falta de ambição tem o meu nome. E, nem tudo o que sobe existe para eu subir… Ou, talvez, tenha acabado de percorrer uma longa e ofegante descida. Devo aprender a respirar, novamente, porque descer também cansa!... Acho que, finalmente, preciso de um ar de…]
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Amarante, Foto de empedrado com moldura de laje

8 comentários:

  1. SIM, "um ar de" para subir. A vida é um sobe e desce continuo. Geralmente, depois duma descida íngreme, vem uma encosta abrupta que sem dúvida superarás e, senão, aqui estamos para empurrar-te, símil ciclista.

    Os teus textos são deliciosos, mas com a descida creio que perdeste certo vigor, e optaste por olhar para os lírios do campo quando tens um belo jardim ao lado de casa.

    Esperamos-te cá em cima

    Um grande empurrão de abraços

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  2. ando por aí

    diferente

    in) diferente

    ando por aí

    ao vento

    cheiro não corro

    subo a descer

    desço a subir

    espreguiço-me nos

    dias

    que se desenham

    de traços verdes

    que hão-de

    vir :)



    BEIJO



    ~

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  3. a tentação de deixar, de mudar para não sofrer ou para deixar de sofrer.a vida boa em sentido kantiano? não será uma vida demasiado disciplinada e pouco vida? retomo o tempo que deixaste, tê-lo é uma benção, sobretudo não lutar contra ele apesar dos sinais contrários. fica bem, num dos sentidos em que ficar bem faz a diferença. bjo

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  4. Dentro do cansaço que te constrange pela pressão da rotina, tens ainda a frescura de escutar a subtileza dos seres e dos gestos, manifestando a tua linda diferença que nunca se alimentará de indiferenças...o teu texto entra lindamente numa bela paródia da humanidade...rir quando se sobe e chorar quando se desce..

    abraço de bravura

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  5. admiráveis sinais. aqueles que nos (a)encenam!...

    gosto de te "ver" subir.
    e que a "boa vida" - já que parece teres desistido da "vida boa" - te seja fausta.

    beijos

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  6. [ que em nada baste
    que as pa lavras se des tapem
    dos seus corações em cio
    e mergulhem facilissima mente
    no domínio comum das bocas
    seta recta a perfurar códigos de esp aço


    ...

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  7. Um beijo minha querida um ar de.
    :)

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