segunda-feira, 3 de março de 2008

Vida de faz de conta...



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Esta loja, de louças e acessórios sanitários, sempre me fascinou!....
Os bonecos têm um ar terrível e assustador, cada vez mais.
Uma vida de faz de conta, numa montra a caminho das Antas...
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Desta vez, não resisti. Há sempre demasiados reflexos de luz no vidro, quando passo..., mas consegui apanhar o quadro. [Normalmente, quase que encosto a cara, para ver os detalhes.]
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Aos anos que ali estão!... [Devem limpar-lhes o pó, raramente. O acesso parece difícil...]
As persongens estão a ficar com um semblante carcomido pelo tempo, como se tivessem envelhecido, realmente..., no entretanto.
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Antes que mais uma loja feche neste quarteirão [cada vez há mais lojas a fechar, por aqui, como em todo o lado], fica imobilizada esta vida de faz de conta.
Fiz parar o tempo?
Não há mais pó que se acumule...
Estas personagens, que lembram já a morte, não envelhecem mais...
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Foto de uma montra ao dobrar de outra esquina, perto de casa

9 comentários:

  1. linda um ar de:

    este teu post parece de encomenda...
    além de estar muito bem "apanhado" (tu tens uma graça especial a abordar as coisas) relembrou-me como sou inapta para certas tarefas...
    a braços com umas remodelações cá em casa, na área da tua vetusta montra, recordam-me diariamente como não percebo nada do assunto ehehehe
    e eu concordo....
    não tenho capacidade de abstracção.... se vir sei dizer se gosto ou não....mas arquitectar.... quem sabe se eu tivesse visto a "tua" montra tivesse feito melhor figura aqui entre os meus rapazes...
    Um beijo

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  2. estão

    muito bem mortos.

    muito bem.







    beijO ~

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  3. Podem lembrar a morte, mas têm muita graça.
    Beijo

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  4. Não consegui tempo para colocar nada de novo.

    Se calhar, também não há...

    Semanas de muito trabalho e pouquíssimos dias de descanso se anunciam.

    Pode ser que num entretanto...


    Espero que a vossa quarta-feira tenha sido prazenteira.
    Beijos até um destes dias.

    Até um destes dias...

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  5. estarão mortos. mas as tuas palavras dão-lhes vida.

    admirável...

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  6. quem é a "malta"? são todos aqueles para quem o Zeca cantava... e o percebiam!...

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  7. sou honesta, os bonecos são mórbidos, parecem saídos de um filme de Stephen King. O teu post arrepiou-me, talvez sejam os meus olhos, mas nele vejo a degradação da nossa sociedade, encaixada numa vitrine, indiferente ao que se passa ao seu redor, e invísivel aos olhos dos outros.

    beijinho e bom Wk

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  8. Herético amigo,

    Bem me parecia que era esse o significado.
    Estamos reduzidos a poucos.
    Dirias, se disseres... mas a "bons"!
    Servir-me-ia de consolo, o meu filho ter (re)descoberto Zeca Afonso... e gostou imenso, da música, das letras, do homem.

    Mas continuamos a ser poucos, num tempo em que o "quantitativo" e o "mensurável" impõem novas lógicas de pensamento e de acção.

    Daí, a saudade.

    [BEIJO]

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  9. Sombras de fim do dia,

    Minha querida, não é dos teus olhos... lembra isso mesmo.

    Metáfora, sem dúvida.

    Aliás, a loja não tem futuro... não renova o stock há anos. Vai fechar e ninguém se lembrará dos seus tempos áureos [porque os teve!].

    As fortunas do país [e ilustres afortunados, casa vez mais escassos, mas mais abastados] encarregam-se de acabar com lojas de bairro e construir Mega Centros Comerciais.

    Indiferença, dizes tu. E é...
    Ainda me parece-me mais grave do que isso e é lamentável.

    [BEiiiJO]

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