.
.Talvez tenha chegado a hora de ouvir o meu corpo, que insiste em se manifestar, veementemente.
Se a mente o impele para a frente, sem dó nem piedade, nem pelo acidentado do caminho, sem o indagar se consegue acompanhá-la, numa viagem cujo mapa é cada vez mais indecifrável [e cujos contornos começam a esbater-se] – pois, terei que o escutar.
.
.Para aqui está, cansado, a tossir uma tosse ignorada, a doer uma dor adiada [a querer dizer-me que a viagem que escolhi lhe faz mal] e talvez não aguente mais uma subida íngreme, mais um dia de cargas e descargas, para nada.
.
.Talvez tenha chegado a hora de entender a sua falta de força, por não colaborar com a dona [como se de um animal se tratasse, porque sempre o tratei assim…], como se quisesse esquecer que também é sobre mim que escrevo, quando dele falo.
.
.Se me abandonar, a meio da viagem, o que é que faço?
Pois se vacila, já...
Pois se me envia sinais, que insisto em ignorar...
[Se me abandonar, o que é que faço?]
.
.Paro.
Finalmente, paro.
Talvez tenha tempo para desenrolar o mapa e perceber que pouco se lê da sua sinalética.
Que me enganei quando escolhi este e não outro…
Que as linhas desbotaram de tanto o abrir, à espera de encontrar o que lá não poderia estar…
Porque, não é este, o mapa da minha viagem!
.
.Não é.
Talvez pudesse ter descoberto antes. Talvez…
Mas…, preciso de perceber na carne, como é meu costume [até doer], o que houvera para perceber.
.
.Por isso, chegou a hora de devolver o mapa, a quem melhor uso dele possa fazer, enrolá-lo com cuidado, voltar a colocá-lo no sítio de onde o tirei. [Porque não consigo deixar de ser educada e estragar o que não é meu…]Antes de escolher um outro [se é que preciso de mapa, se é que preciso de obrigar o meu corpo a esticar-se, até à derradeira prateleira, onde a minha mente, já delirante, insiste em procurá-lo], hei-de pedir-lhe, gentilmente, se me ajuda a desfazer as malas desta aventura para a qual o arrastei…
Se me concede o favor de me acompanhar, pelo menos, no regresso e nos seus preparativos [ainda necessários] …
E se me ajuda … a escolher a próxima viagem…
Se a mente o impele para a frente, sem dó nem piedade, nem pelo acidentado do caminho, sem o indagar se consegue acompanhá-la, numa viagem cujo mapa é cada vez mais indecifrável [e cujos contornos começam a esbater-se] – pois, terei que o escutar.
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.Para aqui está, cansado, a tossir uma tosse ignorada, a doer uma dor adiada [a querer dizer-me que a viagem que escolhi lhe faz mal] e talvez não aguente mais uma subida íngreme, mais um dia de cargas e descargas, para nada.
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.Talvez tenha chegado a hora de entender a sua falta de força, por não colaborar com a dona [como se de um animal se tratasse, porque sempre o tratei assim…], como se quisesse esquecer que também é sobre mim que escrevo, quando dele falo.
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.Se me abandonar, a meio da viagem, o que é que faço?
Pois se vacila, já...
Pois se me envia sinais, que insisto em ignorar...
[Se me abandonar, o que é que faço?]
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.Paro.
Finalmente, paro.
Talvez tenha tempo para desenrolar o mapa e perceber que pouco se lê da sua sinalética.
Que me enganei quando escolhi este e não outro…
Que as linhas desbotaram de tanto o abrir, à espera de encontrar o que lá não poderia estar…
Porque, não é este, o mapa da minha viagem!
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.Não é.
Talvez pudesse ter descoberto antes. Talvez…
Mas…, preciso de perceber na carne, como é meu costume [até doer], o que houvera para perceber.
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.Por isso, chegou a hora de devolver o mapa, a quem melhor uso dele possa fazer, enrolá-lo com cuidado, voltar a colocá-lo no sítio de onde o tirei. [Porque não consigo deixar de ser educada e estragar o que não é meu…]Antes de escolher um outro [se é que preciso de mapa, se é que preciso de obrigar o meu corpo a esticar-se, até à derradeira prateleira, onde a minha mente, já delirante, insiste em procurá-lo], hei-de pedir-lhe, gentilmente, se me ajuda a desfazer as malas desta aventura para a qual o arrastei…
Se me concede o favor de me acompanhar, pelo menos, no regresso e nos seus preparativos [ainda necessários] …
E se me ajuda … a escolher a próxima viagem…
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[Se me agarra o ombro, com firmeza, quando estiver a exigir um passo que não posso dar, para que abrande a caminhada… Se me endireita o pescoço esguio demais, curioso demais, nervoso demais, para que observe bem o caminho…]
[Se me agarra o ombro, com firmeza, quando estiver a exigir um passo que não posso dar, para que abrande a caminhada… Se me endireita o pescoço esguio demais, curioso demais, nervoso demais, para que observe bem o caminho…]
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Auto-retrato
Auto-retrato
Ocorre-me que a "vida é um esquisso";
ResponderEliminarOcorre-me que nenhum mapa é definitivo mesmo quando impresso a tinta;
Ocorre-me que há borrachas para "safar" a tinta.
Ocorre-me que é difícil, mas possível.
Ocorre-me que o corpo vacila quando a mente é contrariada por coisas pequenas [não pequeninas, pequenas mesmo].
Ocorre-me que o corpo aguenta e reage favoravelmente quando acertamos o passo com o que queremos e gostamos.
Ocorre-me que o corpo e a mente - uma coisa só - só se desencontram para que os acertemos.
Ocorre-me dar-te um abraço.
A sombra está sempre connosco, por vezes torna-se chata pois insiste em ultrapassar-nos, mas nós somos de carne e osso podemos desfazer as nossas sombras.
ResponderEliminarO texto está sentido, e esses são são dúvida os melhores.
Força.
Beijinho
Se li bem o teu post, estás a precisar de um sorriso, talvez de um poema. Aí vai ele, de Eugénio de Andrade, claro(O sorriso é meu):
ResponderEliminarCerco
O corpo começa a consentir,
ceder,abrir fendas
com as chuvas altas,
a mostrar, quase exibir
velhas raízes,rugas, mágoas,
a secura próxima dos galhos;
o corpo, sim, ele que foi afável
e crédulo e solar - tão
indiferente agora às matinais
e despenteadas vozes:
distante e tão cercado
de apagadas águas.
Vai em frente, amiga, e esquece as sombras. Tudo é natural...
A imgem não me é estranha...Bjs
ResponderEliminara sério, não é conselho. tu conheces o teu corpo e tens a cabecinha arrumada.
ResponderEliminarmas convém ouvir o corpo. aos primeiros sinais...
(desejava ser o palhaço de Deus. por vezes...)
linda um ar de
ResponderEliminarO meu comentário é: diz o roto ao nú.
Ou só se ri o roto do esfarrapado...
Parece que estás a escrever por mim o que eu não sou capaz de escrever...
beijos
Querida
ResponderEliminarQuando li este texto liguei-te de imediato. Está ocupado...
Mas deixo duas sujestões. Relativamente ao corpo, há que ouvi-lo e não puxar demasiado por ele. É demasiado precioso para o desgastarmos antes do tempo... Quanto ao mapa, ocorre-me (como disse a tinta_azul) aconselhar a compra de um GPS. Vais pelo caminho que entenderes, que mais te agradar, e ele arranja caminho alternativo para o destino que procuras.
Em qualquer situação, eu estou aqui disponível... e tenho GPS...
Beijinho e boa semana