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.A natureza é fabulosa, em exemplos de regeneração cíclica!
Esta árvore, que há uns meses atrás, tinha a beleza do seu tronco rematado por gravetos, meticulosamente podados e minimalistas, aparece verde e triunfal nos últimos dias de Maio.
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.Um Maio que me faz mal, com as oscilações climáticas constantes e as mudanças de luz intermitentes.
O mesmo Maio, neste dia cinzento, que a torna pujante e preparada para o movimento cíclico da Vida.
[Também admiro quem tem a capacidade de se auto-regenerar, assim. Tal como faço, ao contemplar a natureza, não invejo, admiro!...].
.Não resisti e fotografei-a, num instante, que não voltará a repetir-se, eu sei… porque vi esta árvore e todas as outras, imóveis e em serena transmutação, percorrendo três estações do ano. [Talvez, ainda as veja, em pleno Verão, se o Verão chegar, pois não me restam dúvidas, de que me aguardam, na sua mutável fotogenia.]
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.E, enquanto andamos cheios de trabalho e cansados, olhar para estas árvores exemplares, faz-me sentir mesquinha e pequena e tristonha e um grão de pó numa engrenagem [muito inferior à Vida, muito aquém da Vida], que é a minha vida…
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.Gozo os pequenos deslumbramentos da natureza, onde a consigo encontrar.
Faço as viagens de regresso, cada vez mais devagar, para olhar os campos…
Aguardam [eles e eu] as espigas de milho, que ainda espero ver despontar.
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.Duvido que a Vida, para o meu trisavô republicano, montado na sua égua branca, significasse este deslumbramento da natureza que se renova.
Imagino que tenha tido ganas de virar as rédeas e abandonar uma vida que lhe esteve sempre destinada, por herança e não por sua escolha.
Sei que a Vida, para o meu trisavô, era outra coisa… Mas, não virou as rédeas e galopou para a capital… Ficou, não sem mágoa, decerto.
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[Pergunto-me, como resolveu ele o seu imenso enfado, o seu tédio refreado, a Vida deixada para trás, refeita em filhos, netos, bisnetos… e em mim, também?]
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Esta árvore, que há uns meses atrás, tinha a beleza do seu tronco rematado por gravetos, meticulosamente podados e minimalistas, aparece verde e triunfal nos últimos dias de Maio.
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.Um Maio que me faz mal, com as oscilações climáticas constantes e as mudanças de luz intermitentes.
O mesmo Maio, neste dia cinzento, que a torna pujante e preparada para o movimento cíclico da Vida.
[Também admiro quem tem a capacidade de se auto-regenerar, assim. Tal como faço, ao contemplar a natureza, não invejo, admiro!...].
.Não resisti e fotografei-a, num instante, que não voltará a repetir-se, eu sei… porque vi esta árvore e todas as outras, imóveis e em serena transmutação, percorrendo três estações do ano. [Talvez, ainda as veja, em pleno Verão, se o Verão chegar, pois não me restam dúvidas, de que me aguardam, na sua mutável fotogenia.]
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.E, enquanto andamos cheios de trabalho e cansados, olhar para estas árvores exemplares, faz-me sentir mesquinha e pequena e tristonha e um grão de pó numa engrenagem [muito inferior à Vida, muito aquém da Vida], que é a minha vida…
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.Gozo os pequenos deslumbramentos da natureza, onde a consigo encontrar.
Faço as viagens de regresso, cada vez mais devagar, para olhar os campos…
Aguardam [eles e eu] as espigas de milho, que ainda espero ver despontar.
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.Duvido que a Vida, para o meu trisavô republicano, montado na sua égua branca, significasse este deslumbramento da natureza que se renova.
Imagino que tenha tido ganas de virar as rédeas e abandonar uma vida que lhe esteve sempre destinada, por herança e não por sua escolha.
Sei que a Vida, para o meu trisavô, era outra coisa… Mas, não virou as rédeas e galopou para a capital… Ficou, não sem mágoa, decerto.
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[Pergunto-me, como resolveu ele o seu imenso enfado, o seu tédio refreado, a Vida deixada para trás, refeita em filhos, netos, bisnetos… e em mim, também?]
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Foto de 29 de maio, árvore dos meus passos em volta de uma escola
Foto de 29 de maio, árvore dos meus passos em volta de uma escola
As folhas são muito verdes...
ResponderEliminarbeijos
:)
e o teu bisavô talvez visse na copa desta árvore o que eu vi
ResponderEliminarum coração de folhas verdes com artérias e veias de tronco
o coração
grande
da bis neta.
e um beijo cheio da força da natureza
É também nos sobressaltos cíclicos da natureza que vamos encontrando forças para nos reinventarmos.
ResponderEliminarBom fim de semana :))
linda um ar de:
ResponderEliminarEstá tudo bem? A mulher (esta semana rapariga) dos sábados de manhã estranhou a tua ausência..., mas ela só que saber se está tudo bem, mainada!
Beijos
"Pergunto-me, como resolveu ele o seu imenso enfado, o seu tédio refreado..." uma questão sem resposta. julgo.
ResponderEliminara "vida" era menos complicada. não creio que a questão fosse colocada. então...
"remoçar". gosto da palavra... rss
Teus olhos são sóis adormecidos
ResponderEliminarPerdidos no profundo da noite
Luzeiros na procura da aurora
Que viajam sem rumo ou norte
Procuram a ironia do tempo
Os gritos que um rosto apregoa
Uma taça de ouro frio
O tempo que uma alma magoa
Bom domingo
Mágico beijo
por vezes não se resolve...
ResponderEliminarage-se como se e pensa-se no futuro.
descobre-se frequentemente demasiado tarde que o futuro
sendo agora
não existe.
era assim. é.
[ a árvore sabe: brota-se nova:
da dor de quase se perder nas garras de múltiplos inv(f)ernos
abraÇo.beijO [ regenerados :)
Aprecio muito a emoção e a autenticidade do teu relato e da fotografia tão apropriada...E a tua vivência pro-ecológica é tão actual e incontornável!
ResponderEliminarvou espontaneamente linkar o teu blog.
Um beijinho.
Haja alegria por aqui também.
ResponderEliminarOlá :)
ResponderEliminarAgradeço o seu comentário, esta semana para mim ainda não é a última, mas já estive mais longe das férias :)
Gostei muito deste seu texto, pois apesar de não vir ao blogger faz algum tempo, os seus textos continuam a ter a mesma qualidade.
Necessitava da sua ajuda para um trabalho de filosofia ... :D