sábado, 12 de abril de 2008

Da flor dos Káktos e da "flor dos dias"...

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Porque os Káktos
se deixam ver
para além dos espinhos...
Porque há flores de um vermelho
carnudo, carnal,
de sangue e sanguíneo,
que os rompe
e faz explodir
em cor,
eu preciso lembrar...
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Porque... o vermelho não é a minha cor preferida. Nunca foi. Talvez nunca seja.
[E não será por lembrar sangue, certamente.]
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Rapidamente, fui em socorro de muitos golpes feios e sangrantes [que não eram meus...].
Já vi feridas repulsivas [de tão carnais e profundas] e não se me esquivou o olhar.
Páro, quando vejo um acidente na estrada e não está ninguém por perto. Não penso duas vezes, se for preciso mergulhar as mãos no vermelho vivo e gorgolejante, se assim for necessário e me indicarem como o devo fazer [embora as mãos me possam tremer].
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Não associo a morte a esta cor.
Era ela que faltava aos mortos de quem me despedi... [sempre].
Mais depressa a identifico com vida, que ainda pode ser salva, adiada...
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Não me custaria dar sangue, se tivesse o peso conforme à altura... [que não tenho].
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Mas não como carne vermelha...
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[Nunca vesti uma peça de roupa vermelha, assim, da cor da Flor-de-Maio]
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Flor-de-maio, foto de cacto retirada da net e modificada

6 comentários:

  1. Olá :)
    Agradeço o seu comentário.
    Devo dizer que vermelho e laranja são as minha cores preferidas, associo a boas energias, e adoro vê-las nas flores.
    Gostei do título do seu texto "Das flores dos cactos e da flor dos dias", sim por vezes os dias têm mais picos.

    Gostei :)

    Bjinhos

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  2. linda um ar de:

    belo texto (mais uma vez) com leituras que faço em vários registos simultâneos... os que eu descortino...
    Uma diferença nos "une": embora eu use cada vez menos vermelho, usei muito vermelho quando era menina, sobretudo misturado com o azul da ganga e o branco ou ameladinho (pérola) da blusa (que agora todos chamam camisa como à camisa dos homens)..., [e em "tichertes", "suétechertes" e "pólos"... Que me recorde também usei, na adolescência, uma saia plissada (ora desenvencilha-te com este termo rsrsr) vermelha e umas calças vermelhas que, com uma camisola de malha cor de areia me ficavam a matar...]. Mais recentemente tenho uma história com uma saia vermelha que só quem me conhece poderá acreditar rsrsrsrs... Só te adianto que, de um ano para o outro me esqueci como é que a saia se vestia e andava com ela mal vestida....rsrsrs
    Ora aqui está como se banaliza um texto tão bonito como o que escreveste. Mas as palavras nos meus dedos são como as cerejas... vermelhas...
    um beijo grande

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  3. Querida Maria do Sol,

    Aquilo que tu escreves...
    muito provavelmente...
    ...também é o que eu
    preciso lembrar...
    Por isso, nem que fosse só por isso [que não é], valeria a pena o teu olhar!

    [BEIJO]

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  4. quando ponho gravata (coisa rara! rss) é certo e sabido que terá uns discretos tons vermelhos. sobre azul...

    apreciei o teu comentário. e o beijo... incompleto!

    que fazer?

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  5. Gostei de ler.
    Coincido contigo em muitas coisas quanto aos vermelhos. Excepto na roupa. Não gostando de vermelhos vivos, gosto de vermelho cor-de-cereja.
    E gosto dos vermelhos das flores, não nas jarras, mas nos campos. Um dia destes dedico-te uma papoila muito vermelha que colhi no Alentejo. Espero que a vistas. :)
    Beijo grande

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  6. Venho agradecer a visita e o "douto" comentário lá no "filhosdeumdeusmenor". Entretanto apreciei os "Káktos" e afins...
    Beijo.
    Paulo

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