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Parecem símbolos da cabala...
Mas, acho que não são.
São desenhos de empredrado no passeio, do lado esquerdo de quem segue, pela Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, em direcção à igreja das Antas [edifício feioso, onde nunca entrei...].
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Os prédios, antigas habitações de famílias abastadas, de classe média alta, estão alugados ou comprados por empresas de serviços. [Algumas delas, ligadas à igreja, com carácter assistencialista, para gente rica, claro.]
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As famílias desmembraram-se, a classe média alta é um conceito e/ou realidade do passado...
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Mas a avenida coninua bem lançada, embora cada vez menos povoada...
[Dantes, viam-se crianças e jovens a andar de bicicleta e os portões, agora fechados e com alarmes à vista, estavam abertos para a rua.]
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A mão de algum feiticeiro deverá cuidar destes relvados e destas árvores... [Já que, tantos lugares no Porto parecem ter sido esquecidos e tantas ruas negligenciadas.]
Ou será a mão da igreja, por delegação superior do altíssimo? É!... mas se Deus houvera, parece não conseguir estar em todo o lado...
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Deus terá perdido o dom da ubiquidade, da omnipotência e da omnipresença, numa época em que tanto se fala de globalização? Irónico, não é?
A beleza desta avenida deve-se a homens e mulheres.
Apenas uma referência à deidade, mais abaixo, que as fotos não captam: mais uma das muitas casas de Deus.
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[Para quem é transcendente, Deus ocupa muitos espaços vitais. O Deus católico, diga-se.].
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Fotos da Avenida dos Combatentes da Grande Guerra
gostei desta visita pensada por um fragmento do Porto
ResponderEliminara mim tudo me sabe agora a quarta feira de cinzas.
ResponderEliminaras tardes vazias.
os meninos não brincam na rua, agora vivem encarcerados em escolas e outros lugares indizíveis.
os pais vivem de sonhos, frustração e memória.
quem nos assim inverteu afinal!?
resta o chão talvez.
para também a nu se olhar.
parcamente lavado.
a terra por baixo.
beijO
de quarta feira
de miúda chuva
também eu aqui parada.
Não sei quem foi
ResponderEliminarque nos inverteu
assim
Mas
as quartas-feiras
nesta posição trípede
sentada
quase sempre
assente
em três pés
o da cadeira giratória
e os meus
[um mais dois = três...]
fazem-me doer o corpo
de estourar
Desde manhã
já me fartei de inventar
materiais novos
com a ajuda do PC
[abençoada e amaldiçoada tecnologia]
a tentar remar
contra a maré
para que os meus alunos
e queridos selvagens
[quantas vezes...]
não pensem na escola
como esses lugares indizíveis
[que o são... malgré tout...
... et malgré mes vendredis:
couleur gris.]
Vou levantar-me
a seguir
trôpega bípede
vou andar pela casa
olhar pela janela
o jardim triste
o chão molhado
certamente
chuva ácida
Depois sento-me
Talvez antes lanche
por lanchar
fume um cigarro
por fumar
e continuo
trípede
e
trôpega
[Beijo]
Oh! e eu que vim propositadamente ver como tinha sido a tua quarta feira! Nada de cinzas em tripé muito menos a girar.
ResponderEliminarSabes? Eu tenho a certeza (mesmo daqui de longe) que os teus alunos acham as tuas quartas-feiras abençoadas...pelo que inventas para eles
um beijo
Sempre que se fala em quarta-feira me lembro de ti! A C e as suas, cada vez mais interessantes [para quem aqui vem] quartas-feiras.
ResponderEliminarBeijo grande e diz-me se numa das próximas quartas feiras não podemos almoçar.
beijo grande
no solo molhado dum porto
ResponderEliminaragastado
um
leve
ar
de
beijO de quarta já quinta
Olá! Descobri o teu blogue, gosto bastante!
ResponderEliminarConheço esses passeios, pedras e ruas, os desenhos também...
Já percorri esses lugares, umas vezes perdido em pensamentos, outras com pressa, sem nunca reparar que esses desenhos, podem ser pistas para a introspecção!
beijo
esta quarta feira não andei por esta rua
ResponderEliminarimagino-a com os seus plátanos
[sim, porque me parecem plátanos]
completamente nus de todas as vestes
não terás tu primavera umas que lhe emprestes
para que sua tez não pareça tão crua
se vestido de verdes folhas se completa
renascido de um outono fustigado
na sua postura tão tímida e discreta
parecendo até que o frio o traz amargurado
gostei muito do texto. e da tua ironia.
ResponderEliminarinvejável o poema e o "dueto" com a "un_dress". beijos para as duas.
Passamos tantas vezes por locais, cheios de arte e graça, cegos com o corre corre do dia-a-dia...
ResponderEliminarsão lindas estas calçadas.
beijinho e bom Wk