segunda-feira, 28 de julho de 2008

De certas peregrinações...



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Não chegámos a tempo de ver a exposição que queríamos ter visto. Tinha sido desmontada na semana anterior. Nem percebi como o tempo passou tão depressa...
No Museu Amadeo Souza Cardoso - Museu de Amarante - agora, homenageava-se o último surrealista português, vivo e ainda muito lúcido, nos seus oitenta e tal anos. [Confesso que, pouco tenho a acrescentar ao que vi e, obviamente, não me espantou...]
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O que restava da outra exposição, que eu teria muito mais interesse em ver - Karin Somers o efeito dos dias - pude apreciar no atelier de escultura cerâmica da artista. Perdi a oportunidade de ver as obras num local de culto [felizmente, visiono com alguma facilidade], mas as esculturas estavam bem perto das mãos e do olhar e não foi menos interessante. Gostei imenso do trabalho dela e receberam-nos tão bem que, por alguns poucos dias, esqueci os meus cansaços e nem me lembrei do que era suposto esquecer.
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.Mais um Museu a não perder, não pela actividade [enfim...], mas pela proximidade dos claustros e da Catedral de S. Gonçalo.
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Por lá andei, a espreitar alguns cantos e recantos, cada vez mais afastada dos bulícios de um surrealismo fora de tempo... mas, que talvez faça sentido, num Museu que dá pelo nome de outro pintor [tão maltratado no seu tempo e desencantado a contra-tempo, até em nomes de cafés e lojas da cidade...].
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Curiosamente, descubro algumas coincidências formais... as cruzes e o empedrado... enquanto as vozes e os encontros decorrem, ao longe...
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Desta vez, um ar mais sólido e definitivo do que em Barcelos... Granito e pedra! Marcas de tempos imemoriais... e o meu pé, quase nu, como tantos pés de peregrinos, que por ali passaram...
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[De repente, tão perto das vozes... Alguns passos em volta e nada mais se ouve, a não ser o que não tem som, o silêncio dos claustros... não há palavras... não há ecos... apenas a imensidão daquele Nada... e eu!]
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. Fotos do Museu de Amarante, sábado em finais de Julho

6 comentários:

  1. Texto e fotos de quem se vai permitir descansar. Fico contente por isso!
    Beijinhos de até que enfim...rsrsr
    :))

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  2. Minha querida amiga...
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    Não sei, não.
    Rapidamente me cansei do descanso... Não me perguntes porquê.
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    Campo a mais?
    Cidade a menos?
    Círculo fechado...
    Uma certa falta de ar!... De Um Ar De adrenalina que me é... que me suporta... que, por vezes, eu já nem suporto, mas, "que me é".
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    O silêncio é dos claustros. Não é meu...
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    [Beijo...]

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  3. Gosto de te ver assim. A sair de casa e a entrar em ti de outro modo. E a deixar aqui o teu olhar, singular, do que vês e sentes.
    Beijo

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  4. Isto começa a ter um ar de... gosto mesmo.

    A visita a este museu é uma das contas que tenho pendentes com Amarante e com o Souza Cardoso, grande amigo dos Delaunay. Pode que seja agora em Agosto...

    A seguir assim...

    Um grande abraço

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  5. meu Deus, como é "subversiva" a tua escrita! para além de erudita!

    (apenas a imensidão daquele Nada... e eu!)

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  6. Vivi nesta terra e aqui comecei a minha vida profissional.
    Saudades desse tempo? Poucas...

    Beijinho

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