.
.O meu filho saiu, cedo. Mais um exame.
O meu jovem vizinho ainda não acordou, para me presentear com os seus exercícios no piano.
.
.Nestes anos, nesta casa, começou por ser o som irritante das escalas repetidas, vezes sem conta, hesitantes e desastradas… com pequenos trechos simples… até se ouvirem peças inteiras, cada vez mais seguras e soltas.
.
.Ao mesmo tempo, o meu filho agarrava-se à guitarra eléctrica e fazia o mesmo. Foi melhorando, começou a compor. E a rua aguentou os primeiros passos destes jovens talentosos e promissores. [Só o vizinho se dedicou, a tempo inteiro, à música… ]
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.Com as janelas abertas, para o Verão, a música ouve-se, mais nítida. Também deve estar em época de exames, no Conservatório, provavelmente.
Dou comigo a pensar que foi bom ter tido a paciência de esperar.
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.Acho que sei, porque penso ser um jovem vizinho e não uma jovem vizinha. [Nunca o vi. Só o ouço. Mora no alinhamento da minha casa…]Num dos prédios das traseiras, viveu um grupo de raparigas que se dedicava ao Belo Canto. Nesta altura do ano, vinham para a varanda exercitar os seus trinados… e o piano parava… e elas riam e voltavam para dentro, no final. Depois, o piano respondia. Convenci-me, assim, que era um rapaz.
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.Mas, as raparigas mudaram-se e o meu vizinho continuou a tocar no seu piano. Faz-me companhia em muitas tardes. Sinto-lhe a falta quando não está.
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.Houve dias em que chegámos a bater-lhes palmas… pela evolução, pela persistência…
.
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[Aguardo que acorde e recomece. Que obras irei ter o prazer de ouvir? De repente, lembro-me do exame do meu filho… Talvez esteja, também, a prestar provas, nesta manhã de sábado. Que lhes corram bem!...]
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.O meu filho saiu, cedo. Mais um exame.
O meu jovem vizinho ainda não acordou, para me presentear com os seus exercícios no piano.
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.Nestes anos, nesta casa, começou por ser o som irritante das escalas repetidas, vezes sem conta, hesitantes e desastradas… com pequenos trechos simples… até se ouvirem peças inteiras, cada vez mais seguras e soltas.
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.Ao mesmo tempo, o meu filho agarrava-se à guitarra eléctrica e fazia o mesmo. Foi melhorando, começou a compor. E a rua aguentou os primeiros passos destes jovens talentosos e promissores. [Só o vizinho se dedicou, a tempo inteiro, à música… ]
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.Com as janelas abertas, para o Verão, a música ouve-se, mais nítida. Também deve estar em época de exames, no Conservatório, provavelmente.
Dou comigo a pensar que foi bom ter tido a paciência de esperar.
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.Acho que sei, porque penso ser um jovem vizinho e não uma jovem vizinha. [Nunca o vi. Só o ouço. Mora no alinhamento da minha casa…]Num dos prédios das traseiras, viveu um grupo de raparigas que se dedicava ao Belo Canto. Nesta altura do ano, vinham para a varanda exercitar os seus trinados… e o piano parava… e elas riam e voltavam para dentro, no final. Depois, o piano respondia. Convenci-me, assim, que era um rapaz.
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.Mas, as raparigas mudaram-se e o meu vizinho continuou a tocar no seu piano. Faz-me companhia em muitas tardes. Sinto-lhe a falta quando não está.
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.Houve dias em que chegámos a bater-lhes palmas… pela evolução, pela persistência…
.
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[Aguardo que acorde e recomece. Que obras irei ter o prazer de ouvir? De repente, lembro-me do exame do meu filho… Talvez esteja, também, a prestar provas, nesta manhã de sábado. Que lhes corram bem!...]
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de António José Sousa de Almeida, Foto de www.olhares.com
que sim.
ResponderEliminare que
o apelo à música
à experiência das teclas -
- como a das palavras!?
te acompanhe__________________
tem um lindo e musical dia!! :)
beijo
"Sem música a vida seria um enorme disparate" Nietzsche...
ResponderEliminarBom fim de semana...com muita música e inspiração.
Mas, se me permite, deixe dizer-lhe uma coisa:
ResponderEliminarNão há pior que o mau vizinho
e o aprendiz de música,
ao pé da porta... (rs)
Bom fim de semana.
Mas estes dois, via-se que se esforçavam... e melhoravam.
ResponderEliminar.
Acho que compensou. Deve ser a minha deformação profissional...
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[Beijo :)]
Ainda bem que tiveste paciência. Em tempos tive um vizinho, andares acima, nunca cheguei a saber quantos, que nos acordava aos sábados logo cedo com o seu clarinete. Pena que nunca tivesse evoluido como o teu.
ResponderEliminarEntretanto, mudámos nós de casa.
Que o exame tenha corrido bem!Como a guitarra eléctrica.
Beijos
DEi comigo a pensar se teria essa tua paciência! Mas, por outro lado, gosto tanto de música e lamento tanto não ter aprendido a tocar um instrumento que acho que viveria dividida... até chegar o tempo dos trechos inteiros em que o esforço se acrescenta ao talento e ao gosto!
ResponderEliminarBeijos
:)
"musicais" são tuas palavras. também. plenas de sentido(s).
ResponderEliminarbrilhante "exercício" rsss
Suerte a tu hijo en los examenes,
ResponderEliminary que tu vecino te siga llenando tus tardes de verano con musica
saluditos
Não quer visitar o meu blog? Espero que se divirta.
ResponderEliminarQue engraçado! No prédio ao lado também tenho um/a (?) jovem que toca piano. Ainda está na aprendizagem mas já progredui bastante desde que comecei a ouvi-lo/a. Espero que comece a tocar como o teu visinho.
ResponderEliminarBeijinho
Bons e prazenteiros despertares, felizes tardes, penso eu!
ResponderEliminarEstou seguro que ao teu filho tudo lhe saiu bem.
Uma crónica matinal com raízes muito próprias. Suave e leve...como gosto.
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